No mundo todo, regiões e localidades se diferenciam ou se assemelham pelas tradições, costumes, ações e demais hábitos, que sistematicamente se definem como a cultura local ou a identidade de um povo. Historicamente cada nação, distrito, província tem sua própria trajetória, mesmo que tenham sido influenciados por outras culturas, ainda assim se adaptaram e criaram uma analogia ímpar, que deixa explícito suas particularidades e autenticidade. No futebol não é diferente, mesmo inicialmente concretizado com regras na Inglaterra, espalhou-se por todo o mundo. Na maioria dos locais se fundiu um jogar muito particular, alguns com muita organização, outros com velocidade, com força, agressividade, entre vários princípios do jogo. Assim nasceu a característica futebolística de cada país.
Partindo desse incitativo, concebeu-se um jogar muito particular no Brasil e, quando digo “um jogar” não falo em organização e nem em padrão de jogo, mas em algo muito mais importante. Mesmo sabendo que a individualidade nunca pode ser sobreposta ao modelo de jogo e, sucessivamente, o modelo não pode ser mais importante do que a cultura tanto de um clube quanto seleção. Por isso, penso que o futebol brasileiro deve ser muito organizado nos quatro momentos do jogo: dar velocidade ao jogo, ser agressivo, ter circulação rápida, enfim, obter o dinamismo que o jogo propõe. Mas na busca desses princípios devemos ter muito cuidado para não desfazer comportamentos característicos do “nosso jogar brasileiro”, usando de prudência e ponderação para não engessar uma equipe, que, conseqüentemente, não seria condizente com a cultura futebolística do nosso país.
O futebol canarinho é conhecido pela criatividade, tomada de decisões rápidas, 1x1 agressivo e fascinante, resolução de problemas criados pelo adversário e o jogo de tal forma que impressiona o mundo do futebol. Partidas, jogadas, gols que marcaram a trajetória do mundo da bola até então, mostram que temos uma cultura que não pode ser revogada. Até hoje, não sabemos se a produção desse perfil de jogadores criativos e efetivos no que fazem é decorrente de origem genética ou de estímulos gerados pelo ambiente, mas o que importa é que existe uma cultura futebolística chamada de “arte”, que se renova de tempos em tempos pelas individualidades que surgem, alimentando cada vez mais o valor dos comportamentos criados na nossa autenticidade do jogar.
Neste vídeo a criatividade brasileira.
Neste vídeo lances pelo Mundo, ainda assim a criatividade brasileira se destaca.
Por fim, deixo bem claro que não podemos nos apoiar apenas na cultura para suceder a vitória. Pensando assim, o maior desafio é cativar e conquistar o jogador brasileiro para ser participativo e intenso nos quatro momentos do jogo, sem perder sua principal característica: “a criatividade”. Criar um modelo que possa evidenciar de maneira efetiva a cultura do futebol e ao mesmo tempo ser consistente e competitivo nos momentos do jogo. Quando conseguirmos nos organizar desta forma, certamente nossas individualidades se destacam e o nosso futebol “arte” vai persistir e permanecer acima de tudo.
Abraço
JP Junior
Revisado por Denise Couto.
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