segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Essência Brasileira

No mundo todo, regiões e localidades se diferenciam ou se assemelham pelas tradições, costumes, ações e demais hábitos, que sistematicamente se definem como a cultura local ou a identidade de um povo. Historicamente cada nação, distrito, província tem sua própria trajetória, mesmo que tenham sido influenciados por outras culturas, ainda assim se adaptaram e criaram uma analogia ímpar, que deixa explícito suas particularidades e autenticidade. No futebol não é diferente, mesmo inicialmente concretizado com regras na Inglaterra, espalhou-se por todo o mundo. Na maioria dos locais se fundiu um jogar muito particular, alguns com muita organização, outros com velocidade, com força, agressividade, entre vários princípios do jogo. Assim nasceu a característica futebolística de cada país.

Partindo desse incitativo, concebeu-se um jogar muito particular no Brasil e, quando digo “um jogar” não falo em organização e nem em padrão de jogo, mas em algo muito mais importante. Mesmo sabendo que a individualidade nunca pode ser sobreposta ao modelo de jogo e, sucessivamente, o modelo não pode ser mais importante do que a cultura tanto de um clube quanto seleção. Por isso, penso que o futebol brasileiro deve ser muito organizado nos quatro momentos do jogo: dar velocidade ao jogo, ser agressivo, ter circulação rápida, enfim, obter o dinamismo que o jogo propõe. Mas na busca desses princípios devemos ter muito cuidado para não desfazer comportamentos característicos do “nosso jogar brasileiro”, usando de prudência e ponderação para não engessar uma equipe, que, conseqüentemente, não seria condizente com a cultura futebolística do nosso país.
                                                
O futebol canarinho é conhecido pela criatividade, tomada de decisões rápidas, 1x1 agressivo e fascinante, resolução de problemas criados pelo adversário e o jogo de tal forma que impressiona o mundo do futebol. Partidas, jogadas, gols que marcaram a trajetória do mundo da bola até então, mostram que temos uma cultura que não pode ser revogada. Até hoje, não sabemos se a produção desse perfil de jogadores criativos e efetivos no que fazem é decorrente de origem genética ou de estímulos gerados pelo ambiente, mas o que importa é que existe uma cultura futebolística chamada de “arte”, que se renova de tempos em tempos pelas individualidades que surgem, alimentando cada vez mais o valor dos comportamentos criados na nossa autenticidade do jogar.




Neste vídeo a criatividade brasileira.




Neste vídeo lances pelo Mundo, ainda assim a criatividade brasileira se destaca.



Por fim, deixo bem claro que não podemos nos apoiar apenas na cultura para suceder a vitória. Pensando assim, o maior desafio é cativar e conquistar o jogador brasileiro para ser participativo e intenso nos quatro momentos do jogo, sem perder sua principal característica: “a criatividade”. Criar um modelo que possa evidenciar de maneira efetiva a cultura do futebol e ao mesmo tempo ser consistente e competitivo nos momentos do jogo. Quando conseguirmos nos organizar desta forma, certamente nossas individualidades se destacam e o nosso futebol “arte” vai persistir e permanecer acima de tudo.

Abraço
JP Junior

Revisado por Denise Couto.





sábado, 13 de agosto de 2011

Dominar ou Controlar

Incrível são as possibilidades que o futebol disponibiliza para uma construção de um jogar. Toda equipe deve ter um modelo de jogo, esse por conseqüência criado em cima dos inúmeros fatores que o jogo fornece. Entre essas situações fica bem claro, que se permite que haja escolhas, na formação do padrão de jogo, dentro dos quatro momentos. Alguns priorizam organização ofensiva, defensiva, outros as transições. Considero um modelo bem definido aquele que é “dominador” ou “controlador”, desde já deixo bem claro que essa denominação é definida pura e simplesmente por comportamentos e estratégias que uma equipe pode ter.

Dominar: governar, reger, reinar. A subjulgação desta ação deixa caracterizado o objetivo da equipe a exercer essas intenções dentro do campo. Quando se quer dominar fica nítida a proposta, que uma equipe jogue e a outra simplesmente fique à mercê da outra que esta enfrentando. Isso acontece por comportamentos pré dispostos de um modelo que induz o adversário a se limitar e constranger-se em apenas ser completamente dominado.


Neste Vídeo percebesse o modelo de jogo dominador do Barcelona.
Manutenção de posse de bola



Controlar: dirigir, superintender, administrar.  Interessante é presidir intenções que visa jogar em função de princípios e subprincípios que dão falso domínio ao adversário. Controlar as ações positivas do oponente e induzir seu jogar em um setor ou corredor de forma inteligente, evitando situações de finalização na sua meta. Sempre pensando em transitar em busca do gol, é uma maneira clara de controlar de forma efetiva sem limitar-se a vitória.


Neste vídeo percebesse modelo de jogo controlador da Inter de Milão.
Bloco baixo/Transitando com no máximo 4 jogadores.



Enfim, o futebol deixa opções bem claras do que se pode fazer em uma partida. Sabendo que a criação do modelo de jogo é sustentada por comportamentos culturais do clube e das características do grupo dos atletas em questão. A equipe que souber adaptar-se nessas duas situações de jogo, vai apresentar um futebol consistente e competitivo. Para chegar nesse nível só com um trabalho a longo prazo, sendo essa uma evolução bem complexa.
 Por fim, penso que não existe o melhor entre os dois modelos, o futebol propõe essas alternativas, é um jogo de situações e por isso é fascinante. Mesmo que culturalmente é interessante observar um modelo dominador de posse de bola, pressing, agressividade e outros tantos princípios. Vejo o modelo controlador atraente, também é bonito ver uma equipe paciente, concentrada, agressiva entre outros subprincipios, esperando a hora certa de transitar. O fantástico é que em nenhum momento os dois modelos abdicam do objetivo maior do futebol “o gol”, usando caminhos diferentes em busca de um mesmo escopo. O modelo de jogo vencedor será sempre o mais efetivo durante a partida.

Abraço
 JP Junior

Revisado e aprovado por Anderson Dahmer.



sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Reencontro

“Reconheça o passado, diagnostique o presente, preveja o futuro.”



Alguns momentos ficam marcados na história, que cada um cria ou inicia. Pessoas entram em nossas vidas, mas poucas estampam o nosso caminho. É especial pra mim, descrever minha iniciação como treinador de futebol. Onde encontrei um grupo que estava começando na área competitiva, cheios de anseios por conta de novos estímulos e desafios, ainda paralelamente eu mesmo estava em transição entre adjunto e treinador, repleto de idéias e conceitos, conseqüentemente farto de dúvidas sobre a realidade que iria enfrentar e propostas que deveria me adaptar.

Primeiramente reconheci que tinha uma demanda de qualidade individual, mas nem por isso seria fácil minha tarefa. Tinha a missão de manter um trabalho inicial de qualidade e não aceitaria um rendimento inferior do qual já existia. Inicialmente tive dificuldades, criei princípios novos bem interessantes na equipe, mas que talvez devessem ter sido adaptados a realidade encontrada por mim. Ao longo dos jogos e treinos começamos uma passagem entre modelo anterior e o previsto para ressaltar as qualidades coletivas e individuais do grupo. Logo que começaram a ficar marcantes os princípios e a evolução inevitável do modelo de jogo, naturalmente triunfos foram alcançados durante a temporada. 

Marcante meu crescimento como treinador e professor nesse período. Ganhei experiências que tive de filtrar, e rapidamente relacionar a realidade que existia, um aprendizado rápido pelo que as circunstâncias apresentavam. Mesmo atribuindo meus pensamentos de futebol de que coletivo forte, jogar como equipe ressalta as individualidades, devo confessar que a qualidade individual do grupo foi imprescindível para as vitórias conquistadas, mesmo entendendo que naquele momento vencer foi importante. Penso que, de mais marcante e impressionante para a formação desses atletas foi a agressividade, disciplina tática e a qualidade individual do grupo. Que levaram a serem rotulados de “Campeão de tudo” naquela temporada.


Campeão Gaúcho 2008


 Campeão Invicto Taça Saudades 2009


Campeão Copa Milan 2009

Depois de dois anos o reencontro. Deparo-me novamente com a categoria onde iniciei minha trajetória, um desafio lançado pela competência de ambos, mesmo que separados e ainda sim os caminhos voltando a se reencontrar. Um momento que impõe qualquer um a sair da zona de conforto, reconhecer atuais comportamentos e buscar novos estímulos e talvez criar um novo modelo de jogo, quem sabe! Penso, encontrar o equilíbrio e o modelo de jogo apropriado para potencializar essa equipe com comportamentos muito interessantes e impressionantes para essa temporada.

Por fim, agradeço por participar da formação dessa categoria e por tudo que me proporcionou para crescer profissionalmente e pessoalmente, e tenho gratidão por novamente ter ganhado a chance e a incumbência de um novo repto. A categoria 98 é muito desafiadora...

" A maior prova de insanidade é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e querer resultados diferentes..." Albert Einsten


Abraço
JP Junior

Revisado e aprovado por Anderson Dahmer.





segunda-feira, 11 de julho de 2011

Os Pequenos Gigantes


“… o que de mais forte uma equipa pode
ter é jogar como uma equipa.”
(Mourinho, 2003)


Formação Categoria 99

A primeira postagem do blog não podia ser diferente. Falar desses pequenos, que no contexto de duas temporadas se tornaram gigantes perante cada dificuldade que foi apresentada, tem uma relação irrefutável, pelo que penso de futebol. Falar hoje do amadurecimento desse grupo é fácil, por que, quando se fala na categoria 99, logo surge de imediato o rótulo de "Campeões". Penso que foi importante vencer, mas acima de tudo o mais impressionante, foi a evolução desse grupo na margem desses dois anos. Sou suspeito em caracterizar o que aconteceu durante esse tempo. Por que, participei de forma efetiva nessa evolução juntamente com profissionais de alta competência, e juntos viabilizamos variados estímulos, contribuindo e potencializando a formação de cada atleta nessa longa caminhada.

Nesses dois anos tivemos inúmeros desafios e dificuldades, mas com certeza foi tudo isso que nos fez evoluir durante esse período. Vencemos e fomos vencidos, com isso soubemos lidar com esses sentimentos, aprendemos a identificar o fator determinante para a vitória do adversário, ou do nosso próprio triunfo nas partidas e competições. Onde passamos, impressionamos com nosso jeito de equipe de jogar, posse de bola agressiva e ao mesmo tempo paciente, criativa, tomadas de decisão muito rápidas, 1x1 ofensivo muito marcante e por fim uma mudança de comportamento que talvez tenha sido um dos nossos maiores e marcantes princípios dentro do nosso modelo de jogo.

Mas o que marcou durante todas as situações, treinos, jogos, competições e etc. Foi ter concepções de jogo bem definidas, atletas reconhecerem uma identidade de jogo proposta bem clara durante os jogos. Uma equipe que induzia o adversário durante as partidas, que controlava de forma competente todos os momentos do jogo, que imprimia um futebol consistente e competitivo. Enfim, tinham uma crença gigante no modelo de jogo, nenhum atleta duvidava ou se amedrontava em correr os riscos propostos, buscavam a vitória a todo o momento, mas sem se desfazer dos princípios característicos da equipe. Triunfar sim, mas não a qualquer custo.

"... As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação. A verdade em que você acredita determina seu caráter..."

Por fim, penso que quando se acredita em algo, se é competente para fazer  acontecer, independente do que se acredita para o futebol, possivelmente irá se realizar de forma concreta. Agradeço pela oportunidade de conviver com esses atletas no dia á dia dessas duas temporadas, que só confirmou que se têm convicções e acredita sem medo já é um grande começo para a realização de uma meta ou objetivo.

"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"

Valeu por tudo Família 99!!! Vocês Impressionaram!!!

Bi Campeão Invicto Taça Saudades 2010

Campeão Gaúcho 2010

Campeão Invicto Copa Internacional Cidade Verde 2011

Comissão técnica Sub 10
Da esquerda para direita: Claúdio (Adjunto), Junior (Treinador) e Daniel Bello (Preparador físico)

Comissão técnica Sub 10/11
Da esquerda para a direita: Fabiano (Roupeiro), Vinicius (Massagista), Érico (Treinador de goleiro), Anderson (Adjunto), Daniel Bello (Preparador físico), Junior (Treinador), Daniel Otto (Adjunto), Cruz (Diretor), Rafael (Supervisor).

Comissão técnica Sub 11
 Da esquerda para a direita: Márcio Bagé (Adjunto), Paes (Diretor), Junior (Treinador), Marcelo Benites (Preparador Físico) e Ênio (Treinador de goleiros)

Agradeço a todos os profissionais e amigos que participaram e contribuíram nessa trajetória. Desejo muita sorte e sucesso nessa nova fase para a categoria 99 agora Sub 12, inseridos na Categoria de Base nesse ano e liderados pelo Professor Remi e Anderson Dahmer.

Abraço
JP Junior


Revisado e aprovado por Anderson Dahmer.